Não!
Eu não trabalho com a verdade.
Sim,
eu trabalho com versões...
terça-feira, maio 31, 2005
segunda-feira, maio 30, 2005
minha queridíssima Hilst
"...olha Hillé a face de Deus
onde onde?
olha o abismo e vê
eu vejo nada
debruça-te mais agora
só névoa e fundura
É isso. Adora-O. Condensa névoa e fundura e constrói uma cara Res fact, aquieta-te.." (Hilda Hilst, A obscena senhora D)
sexta-feira, maio 27, 2005
easy rider
aos que não compreendem
não há nada o que explicar
um tiro
tira a vida
de quem só quer se libertar
não há nada o que explicar
um tiro
tira a vida
de quem só quer se libertar
terça-feira, maio 24, 2005
ariadne
cumpro minha pena
a duras penas
teço os fios de uma vida
que pouco importa
ponto por ponto
traço linhas e invento cores
que se desalinham
em uma costura mal feita
a duras penas
teço os fios de uma vida
que pouco importa
ponto por ponto
traço linhas e invento cores
que se desalinham
em uma costura mal feita
segunda-feira, maio 23, 2005
taí o meu material de trabalho. tão faltando algumas coisas, como o meu gravador que está emprestado pra ramon pra ele gravar os ensaios dele com barata e grolli (de vez em quando com alguns penetras como janis e patrico, hehehe) e a máquina fotográfica que não aparece por ser ela a autora desta imagem que vos apresento. aí eu tava no assembléia. uma audiência pública contra o bradesco. me senti numa sala de aula, segundo ano do ensino médio. ninguém escuta ninguém. o povo fala com o vento, porque os outros estão gargalhando e não dando a mínima para quem fala. sem contar o desrespeito com a nossa tão bonita língua portuguesa. não há concordância verbal, muito menos nominal. porque o povo "estão" cansado de "ficarem" em pé nas "fila" do bradesco. e o meu ouvido e a minha coluna agradecem (entre aspas, por favor!).
quinta-feira, maio 19, 2005
para além das estradas
vontade de abraçar o teu gato
-dentro do mato -
vontade crua e tão nua
gatos lambedores de beira de estrada
-dentro do mato -
vontade crua e tão nua
gatos lambedores de beira de estrada
quarta-feira, maio 18, 2005
nenhum feriado compensa
eu não quero os teus domingos
comida farta e cheios de amigos
quero tuas segundas
tuas terças
tuas quartas
feiras que são tão livres
e que ninguém tem nada com isso
(e eu sou malandro velho ninguém tem nada com isso)
comida farta e cheios de amigos
quero tuas segundas
tuas terças
tuas quartas
feiras que são tão livres
e que ninguém tem nada com isso
(e eu sou malandro velho ninguém tem nada com isso)
segunda-feira, maio 16, 2005
minha queridíssima Julie
Não quero bens, recordações, amigos, amor ou vínculos. Tudo isso são armadilhas. (Juliette Binoche em A Liberdade é Azul do impronunciável Krzysztof Kielowski)
soro anti-rugas
haveria mil pontos para juntar todos os nossos pedacinhos
haveria uma canção
haveria uma galáxia
não fosse o tempo passando
num tic-tac descompassado
enquanto
canto parabéns
como quem canta pela primeira vez
descobrindo cada palavra
descobrindo todos os sentidos
enquanto você sorri
um sorriso molhado
de sal e açúcar
haveria uma canção
haveria uma galáxia
não fosse o tempo passando
num tic-tac descompassado
enquanto
canto parabéns
como quem canta pela primeira vez
descobrindo cada palavra
descobrindo todos os sentidos
enquanto você sorri
um sorriso molhado
de sal e açúcar
sexta-feira, maio 13, 2005
beijo travoso de umbu-cajá
bons tempos aqueles
em que o que preocupava
era não exagerar no chocolate
e quando aos domingos
- dia de limpeza de carro -
meu pai ouvia
Alceu Valença no som da sala
e eu fechava os olhos
para ouvir melhor
em que o que preocupava
era não exagerar no chocolate
e quando aos domingos
- dia de limpeza de carro -
meu pai ouvia
Alceu Valença no som da sala
e eu fechava os olhos
para ouvir melhor
quinta-feira, maio 12, 2005
quarta-feira, maio 11, 2005
sextos sentidos
o teu corpo
louco
caminho sinuoso
em que meus dedos trilham
ziguezagueando
os pontos sensíveis da tua nuca
louco
caminho sinuoso
em que meus dedos trilham
ziguezagueando
os pontos sensíveis da tua nuca
terça-feira, maio 10, 2005
marceleza e lari, que saudades!
hoje bateu saudades de mim
quando fazia parte de filmes de almodovar
e duas amigas me mandaram e-mails
me fazendo chorar
É que o eu de hoje
É filme iraniano
faltam risos
e suspenses a desvendar
quando fazia parte de filmes de almodovar
e duas amigas me mandaram e-mails
me fazendo chorar
É que o eu de hoje
É filme iraniano
faltam risos
e suspenses a desvendar
segunda-feira, maio 09, 2005
meu queridíssimo Quintana
Poeminha do contra
todos estes que aí estão
atravancando o meu caminho,
eles passarão.
Eu passarinho!
(Mário Quintana)
das folhas amareladas
acho que ele está me espreitando
amarelo cor-de-rosa
além disso
há outras coisas correndo às vistas
como se tudo voltasse a existir
de novo
e de novo
não havia como esquecer tudo
como?
cruzar caminhos e seguir sozinho
À margem das possibilidades
talvez seja esse o destino
amarelo cor-de-rosa
além disso
há outras coisas correndo às vistas
como se tudo voltasse a existir
de novo
e de novo
não havia como esquecer tudo
como?
cruzar caminhos e seguir sozinho
À margem das possibilidades
talvez seja esse o destino
sexta-feira, maio 06, 2005
quinta-feira, maio 05, 2005
mindinho
Porta aberta
Janelas fechadas
Quarto escuro
Água que escorre de um coco verde
Cor-de-rosa misturada com teu sangue
No teu dedo dois pontos
E eu te dou 10
Janelas fechadas
Quarto escuro
Água que escorre de um coco verde
Cor-de-rosa misturada com teu sangue
No teu dedo dois pontos
E eu te dou 10
quarta-feira, maio 04, 2005
Na Rua Rio Branco
Ontem eu estava indo para o trabalho, quando vi meu molusco descendo a Rua Rio Branco. Ele não me viu, mas olhei bem pra carinha dele de cansado, debaixo do sol, e daí veio, meio que automaticamente, o poema abaixo.
desces a rua
como quem foge do caos
e não percebes que logo ali em frente
tenho os olhos a te acolher
desces a rua
como quem foge do caos
e não percebes que logo ali em frente
tenho os olhos a te acolher
terça-feira, maio 03, 2005
Bom dia!
atravessamos a rua sem dizer bom dia aos transeuntes
não nos preocupamos em distribuir sorrisos
e para quê?
se posso não ver aquela pessoa de novo
gastar força do músculo com desconhecido
para quê?
hoje salvei uma velhinha depressiva
não nos preocupamos em distribuir sorrisos
e para quê?
se posso não ver aquela pessoa de novo
gastar força do músculo com desconhecido
para quê?
hoje salvei uma velhinha depressiva
segunda-feira, maio 02, 2005
meu queridíssimo Borges
"Somos feitos para a arte, somos feitos para a memória, somos feitos para a poesia ou possivelmente somos feitos para o esquecimento. Mas algo fica, e esse algo é a história ou a poesia, que não são essencialmente distintas".
(JLB - A DIVINA COMÉDIA - sete noites)
(JLB - A DIVINA COMÉDIA - sete noites)
fim-de-semana
comer bolinho de chuva
em dia de sol
brincar com a sobrinha
enquanto o café esfria
você sabe como me fazer sorrir
em dia de sol
brincar com a sobrinha
enquanto o café esfria
você sabe como me fazer sorrir
Assinar:
Postagens (Atom)