quarta-feira, dezembro 28, 2005

o ano (novo)
não veste meu corpo (velho)

o tempo se repete sempre
num ciclo interminável de erros e acertos

ora atrasa
ora adianta
às vezes até pára

e meu corpo (novo)
não entra mais no ano (velho)

eu passei pelo tempo

segunda-feira, dezembro 19, 2005

já cansada
de nos salvar
acho que já é hora
de eu me resgatar

quinta-feira, dezembro 15, 2005

dentre as folhas secas
estalidos crescentes
dos pequenos pés
da pequena descalça na varanda

ela
no encalço do vento
que assobia

segunda-feira, dezembro 12, 2005

são as costas que dóem
é o vermelho que antecede o dia
e tudo ao redor segue o caminho normal

eu me sinto à parte...

segunda-feira, dezembro 05, 2005

não me peça calma
quando a vontade maior é de me jogar de um precipício
não me impeça agora

eram tempos bons quando a chuva sorria
e eu, amedrontada, me escondia em teus lençóis
aquilo era amor, baby

nós dois juntos sempre unidos
reunidos
em uníssono

sexta-feira, novembro 25, 2005

Lucy in the Sky with Diamonds

levo a vida
sossegada como dente de leão solto ao vento
duvido você me alcançar

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quarta-feira, novembro 23, 2005

... tem pó
no chão da casa. é o
tempo
que passou...

segunda-feira, novembro 21, 2005

azular

Nascer é uma alegria que dói (Eduardo Galeano)


já era hora de vc chegar
porque as paredes da casa estravamn limpas demais
porque a vida a dois pedia uma infância há muito perdida
porque o ventre fazia ecos
e o umbigo queria ter ligações
porque a vontade pedia para ser perpetuada
e vida queria seguir o seu destino
de multiplicações...
(minha sobrinha chegou. o mundo hoje azulou!!!!!!!)

sexta-feira, novembro 18, 2005

as linhas da palma da tua mão esquerda
dizem assim, meio que com tremores de um dia enfadado
dizem assim, com calos amarelados que arranham as minhas costas
elas dizem o desejo do corpo magro
bucólico e suave
trêmulo e suado

a porta trancada
uma toalha vermelha na maçaneta da porta
pelo lado de fora
as linhas da palma da tua mão esquerda
dizem assim...

quinta-feira, novembro 17, 2005

pânico nas ruas

Momentos de greve, confusão
Muitos carros e poucos virão

Tenho sido encontrada
E só eu não me encontro...

terça-feira, novembro 01, 2005

eu não saio limpo do limbo
eu - nimbo - derramo lágrimas
que orvalham nos teus cabelos que teimam em queimar de sol

segunda-feira, outubro 31, 2005

terça-feira, outubro 25, 2005

Para Mariele*

Mãos na barriga da mãe natureza
Grande umbigo
O alimento do mundo no mundo da (o) pequena (o) mar
- e ele
Sem saber de onde vem a força
Que aperta com dedos tão finos
A emoção da vida.
*minha mais nova sobrinha linda que chegará em novembro

segunda-feira, outubro 24, 2005

teu rastro
você deixou nas ceras da borracha,
no papel manchado

o amassado é a cólera
pulsante diante das fotografias de maio
[nem uma tesoura poderia recortar tantas recordações]

no papel amassado
uma poesia que seria
sereia-flor de menina encantada

quarta-feira, outubro 19, 2005

era por meio das frestas que se podia ouvir as lufadas do vento
ela dizia coisas sem sentido
e ele a compreendia
era por meio das festas que se podiam deixar encontrar no momento
ela de roxo, longo
ele, fraque
tão fraco
a deixou escapar

terça-feira, outubro 18, 2005

porta-casa-vazia
morta-asa-azia
língua de borboleta que se dobra à roseira
um ninho
tão bonitinho...
passarinho
folhas da planta na varanda molhada
reluz arco-íris
são pingos da chuva de outubro, não outono.

sexta-feira, outubro 14, 2005

como se com aquele último suspiro pudesse desdizer o que nem havia sido dito
[bendito bandido]
nenhum sentido a mais do que realmente fosse necessário
um olhar opaco, desfocado
uma coisa era certa:
não haveria mais soneto, sonatas, sons...

segunda-feira, outubro 10, 2005

coisas que precisam ser ouvidas vez em quando
O sol da noite agora está nascendo
Alguma coisa está acontecendo
Não dá no rádio nem está
Nas bancas de jornais
Em cada dia ou qualquer lugar
Um larga a fábrica, outro sai do lar
E até as mulheres, ditas escravas,
Já não querem servir mais
Ao som da flauta
Da mãe serpente
No para-inferno
De Adão na gente
Dança o bebê
Uma dança bem diferente

O vento voa e varre as velhas ruas
Capim silvestre racha as pedras nuas
Encobre asfaltos que guardavam
Hitórias terríveis
Já não há mais culpado nem inocente
Cada pessoa ou coisa é diferente
Já que assim, baseado em que
Você pune quem não é você?

Ao som da flauta
Da mão serpente
No para-inferno
De Adão na gente
Dança o bebê
Uma dança bem diferente

Querer o meu
Não é roubar o seu
Pois o que eu quero
É só função de eu

Sociedade alternativa
Sociedade novo aeon
É um sapato em cada pé
É direito de ser ateu ou de ter fé
Ter prato entupido de comida que você mais gosta
É ser carregado, ou carregar gente nas costas
Direito de ter riso e de prazer
E até direito de deixar
Jesus Sofrer

(Novo Aeon - Raul Seixas, Cláudio Roberto, Marcelo Mota)

quinta-feira, outubro 06, 2005

lua crescente (ou um risco que pintou o céu)

Marília não entendia
por que com tanta agonia
o céu ainda assim sorria...
como que podia???

segunda-feira, outubro 03, 2005

habeas corpus

eu bem te quis, um dia, à soleira da minha porta
e quando em casulos empoeirados
pedia sempre que voltasse
[como se sussurros voltados para o alto
fossem truques de magia]
teu regresso
[mais do que apreço]
era neblina suja

sim,
eu te concedo salvo conduto
se me prometer
meu alvará de soltura

quarta-feira, setembro 28, 2005

bailam no ar
três pontinhos
doidos para ser reticências
. .
.
três pontinhos
sem sincronia
sem sintonia
. .
.
três pontinhos que só existem sozinhos
ponto final.

terça-feira, setembro 27, 2005

segunda-feira, setembro 26, 2005

eu nego todo e qualquer fio de cabelo
encaracolado e queimado de sol
salivado por tua língua que sobe e desce
[maré alta ou maré baixa?]
/
vontade de deixar a própria vontade ser a fome
matar a sede com sal
colecionar conchas que fazem cores no pescoço
um dia para se sujar de areia.

quinta-feira, setembro 22, 2005

não há provérbio que te defina
que me ensine até que ponto eu possa ir
nenhuma canção tem melodia o bastante
que te retrate nos refrões
há algo de indizível nos verbos que conjugas quando estás sóbrio

que história esconde o teu sorriso?

terça-feira, setembro 20, 2005

reconheço um resto de remorso ainda em mim
por erros de vidas passadas

ainda espero respostas que nem sei se virão
disfarçados de big-ben ou maçã
então figuro em quadros barrocos
[às vezes em Bosch]
sem molduras que sustentem a verdade
vendidos em leilões
aos culpados por toda a eternidade

segunda-feira, setembro 19, 2005

sentados
à beira da calçada
nenhum deles à direita Dele
nenhum convertido
todos convergentes
gente rindo à toa
na boa

sexta-feira, setembro 16, 2005

nas madrugadas escuras e frias
bailam durante o meu sono e brindam com copos de sangue
a entrada franca numa festa privê.
zuzunzuns e confetes
perturbam o meu sono
e minha pele -toda pintada-
não agradece.

quarta-feira, setembro 14, 2005

você quer uma alegria????


clique aqui

segunda-feira, setembro 12, 2005

penitência

juro por deus e por todos os santos do muuundo
eu nada sei do amor
-nada sei-

só sei do credo, ave maria, pai nosso, salve rainha
do amor - tal desconhecido-
juro. não o conheço

e acendo velas e rezo meu rosário todo dia às seis.

sexta-feira, setembro 02, 2005

cansada de ter a vida invadida
arranjada e tolhida
cansada...
benditos os gatos!

quarta-feira, agosto 31, 2005

terça-feira, agosto 30, 2005

calce os pés dela com tua língua
faça lama do que antes era dança
dance a língua naqueles dedos que batem tambor por debaixo dos panos
seja plano

sábado, agosto 27, 2005

eu poderia ir além das coisas
criar uma trilha de passos rápidos
formar caminhos de papéis de carta
para não perder o caminho da volta

seguindo as letras de uma história antiga
eu voltaria sem o peso dos teus problemas nas minhas costas.

sexta-feira, agosto 26, 2005

quinta-feira, agosto 25, 2005

um pêndulo
com pressa de marcar as horas

teu sexo aponta feito bússola que norteia o caminho
coit[o]ada

podia jurar ter se perdido [no tempo] ao abrir os olhos

sexta-feira, agosto 19, 2005

quarta-feira, agosto 17, 2005

para Jana.arte

céu blues
orienta o tráfego das asas perdidas num triângulo amoroso
não há gravidade que grite mais alto
do que o sublime canto dos pássaros na primavera
-estação mais romântica da terra-
estas são as palavras perdidas
-um tanto esquecidas-
de quem te conheceu num dia em que a chuva sorria.

(porque escrevi isso logo após ler o scrap dela no meu orkut)

segunda-feira, agosto 15, 2005

um tanto quanto abissal
- eu diria -
sem imaginar que mistério
pode envolver tamanha magnitude
dos teus conselhos
tão maternos

sexta-feira, agosto 12, 2005

depois de observar
e absorver
um dia inteiro
foi ao encontro da paz anunciada
totalmente alucinada

quinta-feira, agosto 11, 2005

tudo borrado
um desenho manchado
sem fora e sem dentro, sem nada
tudo borrado
manchado
apagado

terça-feira, agosto 09, 2005

para que não perca a inocência
e mantenha sempre o sorriso surpreso do cotidiano

para que não queira ser sempre mais do que os outros
e se divirta um dia inteiro sem luz elétrica

para que nunca tenha vergonha de sorrir
quando te faltarem dentes

para que eu possa sempre te carregar no colo
e te girar no alto

para que me ame sempre incodicionalmente
e mantenha a sinceridade nas palavras


por isso e por outras coisas


te proibo ter mais de 6 anos
no corpo e na mente
.
.
.
.

aahhhh... quem me dera poder enxugar o suor do teu rosto
gota por gota...

quarta-feira, agosto 03, 2005

passamos pelas horas
em passos tic-tac
fazemos nossos ciclos
e ficamos perdidos no compasso
sem rastro de volta

não há uma segunda chance
nosso tempo já passou

terça-feira, agosto 02, 2005

surdos trovões
cegos relâmpagos
mudos
-e fora do cotidiano-
continuamos

admirando o mundo

sexta-feira, julho 29, 2005

terça-feira, julho 26, 2005

domingo

para uma alegoria
no cabelo, um laço de fita
para uma alegria
namorar na praça após a missa.

sexta-feira, julho 22, 2005

se eu assumir o meu amor por ti
será que me deixarás partir?

o amor só é libertário nas palavras dos poemas

terça-feira, julho 19, 2005

em dias assim
em que teu quarto muda de cor
-lá pelo fim da tarde-
em que as paredes alaranjadas
furtam o branco cotidiano

segredos ficam lá trancados
e não saem nem quando a noite chega
nem quando a noite cega

sexta-feira, julho 15, 2005

ela chegou lá em casa!!!!


(O fabuloso destino de amelie poulain)
o DVD que eu comprei chegou!!!!!! já tenho programa pra esse final de semana!!!!!!

quinta-feira, julho 14, 2005

John Everett Millais, Ofélia, 1851-1852


Para concluir este obra, Millais passou quatro meses num mesmo local do condado de Surrey, a sudoeste de Londres, pintando a vegetação de fundo. Em seguida, voltou a Londres para pintar a modelo, Elizabeth Siddal, que posou numa banheira cheia, tão determindado estava Millais a captar a imagem de modo autêntico. A obra é inspirada na trágica história de Ofélia (Hamlet - Shakespeare), levada à loucura e suicídio depois que Hamlet mata-lhe o pai.
Retirado do livro História da Pintura, Wendy Beckett

quarta-feira, julho 13, 2005

foram felizes enquanto puderam
e culparam o tempo
tão alheio a tudo

segunda-feira, julho 11, 2005

tanta gente perdida
num meio mundo de opiniões
que não levam ninguém a lugar algum

deixam-se ser levados na multidão
em que o público é mero espectador

sexta-feira, julho 08, 2005

Édouard Manet, O Bar do Folies-Bergère, 1882.



Manet foi acusado de desconhecer as leis da perspectiva, pois vemos o reflexo de um freguês que parece conversar com a atendente, mas que não tem presença concreta. Considerando a posição do homem no reflexo, seria mesmo de esperar que o víssemos. Só que os críticos de Manet não perceberam a finura desse achado: nós, os espectadores, estamos no lugar que caberia ao freguês.
retirado do livro História da Pintura, de Wendy Beckett
sofria e sorria
como se não soubesse lidar com a emoção

um desespero, eu espero.
já esquecida que contigo a rua é contramão.

quinta-feira, julho 07, 2005

o caminho do meio

para o Zema


Isaak Levitan
como uma formiga
caminho traiçoeiramente sobre teu corpo
para carregar restos do que foi teu lanche na última tarde

o corpo que se levanta não quer mais ser balançado pela tua rede

terça-feira, julho 05, 2005

verbos para os cotidianos da vida

limpar os pés no tapete da entrada da casa
deixar o pó e a fuligem de todos a quem encontraste
sorrir os abraços
dançar os bons dias
e avançar a rua no sinal verde
lavar o corpo
deitar no chuveiro...

segunda-feira, julho 04, 2005

flores, flores, flores
o que fazer com as flores
quando tudo são dores
e nem as cores
se correspondem com tais horrores?

quinta-feira, junho 23, 2005



Serias figurinha repetida
Não fossem tuas cores e sons tão marcantes
Neste álbum de 1980
Que ainda não completei
Pra não ter que guardá-lo

terça-feira, junho 21, 2005

tua representação do mundo



um dia quando andavas pontiagudo em compassos torcidos
visitastes um caminho há muito percorrido
que só eu conhecia
e só eu ia

teu olhar refratário que pensava ver que nem o meu
[e tudo era ilusão]
assim, meio que de lado
traiu a atenção que merecia
e ergueu a cabeça para tentar ver

e eu vi

tua visão próxima da minha
confidenciava a tua representação da vida
tão próxima da minha

as horas eram as mesmas
mas o lugar era outro.

sexta-feira, junho 17, 2005

esse meu rosto redondo
de meia lua
esconde um corpo magro
pintado em tela
à óleo

um quadro esquecido
em meio à degas e manet
quando há muito
o que você quer
é escher.

quinta-feira, junho 16, 2005

no meu jardim

um maracujá azul
e um copo de leite

quarta-feira, junho 15, 2005

chuva-descarrego

olhe longe
bem no horizonte

e vê

uma chuva cinza que se aproxima
chuva descarrego

ninguém pode perder

chuva assim é rara
para corpos pesados
que desmancham sem prazer

poderia virar algo
(água benta)
ou qualquer coisa pra benzer

terça-feira, junho 14, 2005

hummmmmmmm!!!!!!! Cheirinho de casa nova!

façam suas apostas


Meu Deus! Colocaram um chumaço de cabelo no Linus, tadinho!

segunda-feira, junho 13, 2005



















Vento em popa
sopra meus olhos
e tira a minha roupa

quinta-feira, junho 09, 2005

santa cecí­lia

vou comer pipoca
doce-
-de-leite
moça
bonita que nem raio-
-de-sol
de meio dia
e meia
3 /4
escuros
caminhos
sem fins-
-de-semana
santa
Cecí­lia
moça bonita que nem raio-
-de-sol
de meio dia...

quarta-feira, junho 08, 2005

posso sentir teu coraçãozinho pedindo
e eu pedindo o contrário
dentro do quarto escuro
e eu no outro, claro

a canção ecoa
e você cantarola para mim o que consegue entender

corre, mãe. a noite já vai acabar.

terça-feira, junho 07, 2005

roubaram meu amuleto


Na deodoro. E eu nunca me senti tão só na vida quanto ontem. Lá, na parada, no meio de um monte de gente comentando o roubo. Apontando para mim. E meu pescoço arranhado e meu olho marejado. Mas só chorei em casa, quando molusco percebeu a marca. Meu amuleto que não me trazia sorte, nem nada. Mas era meu snoopy. Minha marca, tatuagem. Eu tô chovendo toda.
Posted by Hello

sim, nós somos desenhos animados!


môre molusco & Gisele Van Pelt
então foi isso que fiz no trabalho hoje!

segunda-feira, junho 06, 2005

Casa Amarela

Vang Gogh

Minha casa amarela
tem um quarto azul
com porta e janela
de onde eu vejo ela
toda ela

Minha casa amarela
tem uma sala
com a janta dela
da magrela
de tristeza azul
e sorriso banguela.

Quarto Azul

Vang Gogh

quinta-feira, junho 02, 2005

In verno

lentes foscas que servem de ponto de patinação
e teus olhos vêem um corpo que dança
e acasala feito bicho no cio

É

vamos patinar no gelo
e deixar de lado quem nos vê
fazer nó
e fundir-se em pó.

terça-feira, maio 31, 2005

apenas uma jornalista

Não!
Eu não trabalho com a verdade.
Sim,
eu trabalho com versões...

segunda-feira, maio 30, 2005

minha queridíssima Hilst









"...olha Hillé a face de Deus
onde onde?
olha o abismo e vê
eu vejo nada
debruça-te mais agora
só névoa e fundura
É isso. Adora-O. Condensa névoa e fundura e constrói uma cara Res fact, aquieta-te.." (Hilda Hilst, A obscena senhora D)

sexta-feira, maio 27, 2005

easy rider

aos que não compreendem
não há nada o que explicar
um tiro
tira a vida
de quem quer se libertar

terça-feira, maio 24, 2005

ariadne

cumpro minha pena
a duras penas
teço os fios de uma vida
que pouco importa

ponto por ponto
traço linhas e invento cores
que se desalinham
em uma costura mal feita

segunda-feira, maio 23, 2005


taí­ o meu material de trabalho. tão faltando algumas coisas, como o meu gravador que está emprestado pra ramon pra ele gravar os ensaios dele com barata e grolli (de vez em quando com alguns penetras como janis e patrico, hehehe) e a máquina fotográfica que não aparece por ser ela a autora desta imagem que vos apresento. aí­ eu tava no assembléia. uma audiência pública contra o bradesco. me senti numa sala de aula, segundo ano do ensino médio. ninguém escuta ninguém. o povo fala com o vento, porque os outros estão gargalhando e não dando a mínima para quem fala. sem contar o desrespeito com a nossa tão bonita lí­ngua portuguesa. não há concordância verbal, muito menos nominal. porque o povo "estão" cansado de "ficarem" em pé nas "fila" do bradesco. e o meu ouvido e a minha coluna agradecem (entre aspas, por favor!). Posted by Hello

quinta-feira, maio 19, 2005

brilho eterno de uma mente sem lembranças


eu recomendo!

para além das estradas

vontade de abraçar o teu gato
-dentro do mato -
vontade crua e tão nua


gatos lambedores de beira de estrada

quarta-feira, maio 18, 2005

um andarilho

nenhum feriado compensa

eu não quero os teus domingos
comida farta e cheios de amigos
quero tuas segundas
tuas terças
tuas quartas
feiras que são tão livres
e que ninguém tem nada com isso
(e eu sou malandro velho ninguém tem nada com isso)

segunda-feira, maio 16, 2005

minha queridí­ssima Julie





Não quero bens, recordações, amigos, amor ou ví­nculos. Tudo isso são armadilhas. (Juliette Binoche em A Liberdade é Azul do impronunciável Krzysztof Kielowski)

soro anti-rugas

haveria mil pontos para juntar todos os nossos pedacinhos
haveria uma canção
haveria uma galáxia
não fosse o tempo passando
num tic-tac descompassado
enquanto
canto parabéns
como quem canta pela primeira vez
descobrindo cada palavra
descobrindo todos os sentidos
enquanto você sorri
um sorriso molhado
de sal e açúcar

sexta-feira, maio 13, 2005


tirada da sacada do meu trabalho Posted by Hello

beijo travoso de umbu-cajá

bons tempos aqueles
em que o que preocupava
era não exagerar no chocolate
e quando aos domingos
- dia de limpeza de carro -
meu pai ouvia
Alceu Valença no som da sala
e eu fechava os olhos
para ouvir melhor

quinta-feira, maio 12, 2005

e agora?????????

será que vou ter direito a, pelo menos, uma ligação???

uns vestígios

todo beco
esconde
os passos
do boêmio alucinado

quarta-feira, maio 11, 2005

felicidade

sextos sentidos

o teu corpo

louco

caminho sinuoso
em que meus dedos trilham
ziguezagueando
os pontos sensí­veis da tua nuca

terça-feira, maio 10, 2005

a tristeza em Van Gogh

marceleza e lari, que saudades!

hoje bateu saudades de mim
quando fazia parte de filmes de almodovar
e duas amigas me mandaram e-mails
me fazendo chorar

É que o eu de hoje
É filme iraniano
faltam risos
e suspenses a desvendar

segunda-feira, maio 09, 2005

meu queridí­ssimo Quintana


Poeminha do contra
todos estes que aí­ estão
atravancando o meu caminho,
eles passarão.
Eu passarinho!
(Mário Quintana)

das folhas amareladas

acho que ele está me espreitando
amarelo cor-de-rosa
além disso
há outras coisas correndo às vistas
como se tudo voltasse a existir
de novo
e de novo

não havia como esquecer tudo
como?

cruzar caminhos e seguir sozinho
À margem das possibilidades
talvez seja esse o destino

sexta-feira, maio 06, 2005

bicOLHOres

Ê quiô!

nhá miúda sabe bem
bumba-meu-boi no são joão
É pé descalço e nenhum vintém

quinta-feira, maio 05, 2005

***noite estrelada***

mindinho

Porta aberta
Janelas fechadas
Quarto escuro

Água que escorre de um coco verde
Cor-de-rosa misturada com teu sangue

No teu dedo dois pontos
E eu te dou 10

quarta-feira, maio 04, 2005

bailarina

Na Rua Rio Branco

Ontem eu estava indo para o trabalho, quando vi meu molusco descendo a Rua Rio Branco. Ele não me viu, mas olhei bem pra carinha dele de cansado, debaixo do sol, e daí­ veio, meio que automaticamente, o poema abaixo.

desces a rua
como quem foge do caos
e não percebes que logo ali em frente
tenho os olhos a te acolher

terça-feira, maio 03, 2005

ahhhhhhh, eu quero!!!!!!!!!!!!!!

Bom dia!

atravessamos a rua sem dizer bom dia aos transeuntes
não nos preocupamos em distribuir sorrisos

e para quê?

se posso não ver aquela pessoa de novo
gastar força do músculo com desconhecido
para quê?

hoje salvei uma velhinha depressiva

segunda-feira, maio 02, 2005

meu queridí­ssimo Borges

"Somos feitos para a arte, somos feitos para a memória, somos feitos para a poesia ou possivelmente somos feitos para o esquecimento. Mas algo fica, e esse algo é a história ou a poesia, que não são essencialmente distintas".
(JLB - A DIVINA COMÉDIA - sete noites)

fim-de-semana

comer bolinho de chuva
em dia de sol
brincar com a sobrinha
enquanto o café esfria
você sabe como me fazer sorrir

sexta-feira, abril 29, 2005

momento de preguiça

Que legal seria
se teu corpo
fosse meu lençol de meio-dia!

quinta-feira, abril 28, 2005

tiras

Quem me conhece, ao menos um pouquinho, sabe da minha grande afeição pelos peanuts. Tanto que tenho até síndrome de Lucy, algo que só eu mesma entendo...
mas não posso negar que meu coração balança um pouquinho por essa outra turma. e não poderia deixar de ser diferente... eles se incomodam com as coisas. e o bom é se incomodar, ruim é se acomodar.
com vocês, Mafalda!

terça-feira, abril 26, 2005

a pequena morte

Adentra pele serena
percorre tempo e espaço
segura com força
aperta - treme
sente o calor do outro
sente o suor do outro
grudados
gozo
pele
saliva

segunda-feira, abril 25, 2005

vento oní­rico

durmo o sono dos justos
ao teu lado
sinto tua respiração
que é vento
na praia que frequento
em meus sonhos

sexta-feira, abril 22, 2005

eu e vc

eu e ele
4 anos
11 meses
amo tollens!

chuvisco corporal


voei baixo
assim que te avistei
num banho congelado
cada rasante
eram bolhas e mais bolhas que me acompanhavam
meu tapete
é teu sabonete
adstringente

quarta-feira, abril 20, 2005

ladeira dos gatos

no teu abrigo
-flagelo dos gatos-
encontras os amigos com quem disputarás
a comida e a gatinha
teus filhos morrem
na ladeira
que subo para trabalhar