o ano (novo)
não veste meu corpo (velho)
o tempo se repete sempre
num ciclo interminável de erros e acertos
ora atrasa
ora adianta
às vezes até pára
e meu corpo (novo)
não entra mais no ano (velho)
eu passei pelo tempo
quarta-feira, dezembro 28, 2005
quinta-feira, dezembro 15, 2005
segunda-feira, dezembro 12, 2005
segunda-feira, dezembro 05, 2005
sexta-feira, novembro 25, 2005
Lucy in the Sky with Diamonds
levo a vida
sossegada como dente de leão solto ao vento
duvido você me alcançar
sossegada como dente de leão solto ao vento
duvido você me alcançar
segunda-feira, novembro 21, 2005
azular
Nascer é uma alegria que dói (Eduardo Galeano)
já era hora de vc chegar
porque as paredes da casa estravamn limpas demais
porque a vida a dois pedia uma infância há muito perdida
porque o ventre fazia ecos
e o umbigo queria ter ligações
porque a vontade pedia para ser perpetuada
e vida queria seguir o seu destino
de multiplicações...
(minha sobrinha chegou. o mundo hoje azulou!!!!!!!)
já era hora de vc chegar
porque as paredes da casa estravamn limpas demais
porque a vida a dois pedia uma infância há muito perdida
porque o ventre fazia ecos
e o umbigo queria ter ligações
porque a vontade pedia para ser perpetuada
e vida queria seguir o seu destino
de multiplicações...
(minha sobrinha chegou. o mundo hoje azulou!!!!!!!)
sexta-feira, novembro 18, 2005
as linhas da palma da tua mão esquerda
dizem assim, meio que com tremores de um dia enfadado
dizem assim, com calos amarelados que arranham as minhas costas
elas dizem o desejo do corpo magro
bucólico e suave
trêmulo e suado
a porta trancada
uma toalha vermelha na maçaneta da porta
pelo lado de fora
as linhas da palma da tua mão esquerda
dizem assim...
dizem assim, meio que com tremores de um dia enfadado
dizem assim, com calos amarelados que arranham as minhas costas
elas dizem o desejo do corpo magro
bucólico e suave
trêmulo e suado
a porta trancada
uma toalha vermelha na maçaneta da porta
pelo lado de fora
as linhas da palma da tua mão esquerda
dizem assim...
quinta-feira, novembro 17, 2005
pânico nas ruas
Momentos de greve, confusão
Muitos carros e poucos virão
Tenho sido encontrada
E só eu não me encontro...
Muitos carros e poucos virão
Tenho sido encontrada
E só eu não me encontro...
terça-feira, novembro 01, 2005
segunda-feira, outubro 31, 2005
terça-feira, outubro 25, 2005
Para Mariele*
Mãos na barriga da mãe natureza
Grande umbigo
O alimento do mundo no mundo da (o) pequena (o) mar
- e ele
Sem saber de onde vem a força
Que aperta com dedos tão finos
A emoção da vida.
*minha mais nova sobrinha linda que chegará em novembro
Grande umbigo
O alimento do mundo no mundo da (o) pequena (o) mar
- e ele
Sem saber de onde vem a força
Que aperta com dedos tão finos
A emoção da vida.
*minha mais nova sobrinha linda que chegará em novembro
segunda-feira, outubro 24, 2005
quarta-feira, outubro 19, 2005
terça-feira, outubro 18, 2005
sexta-feira, outubro 14, 2005
segunda-feira, outubro 10, 2005
coisas que precisam ser ouvidas vez em quando
O sol da noite agora está nascendo
Alguma coisa está acontecendo
Não dá no rádio nem está
Nas bancas de jornais
Em cada dia ou qualquer lugar
Um larga a fábrica, outro sai do lar
E até as mulheres, ditas escravas,
Já não querem servir mais
Ao som da flauta
Da mãe serpente
No para-inferno
De Adão na gente
Dança o bebê
Uma dança bem diferente
O vento voa e varre as velhas ruas
Capim silvestre racha as pedras nuas
Encobre asfaltos que guardavam
Hitórias terríveis
Já não há mais culpado nem inocente
Cada pessoa ou coisa é diferente
Já que assim, baseado em que
Você pune quem não é você?
Ao som da flauta
Da mão serpente
No para-inferno
De Adão na gente
Dança o bebê
Uma dança bem diferente
Querer o meu
Não é roubar o seu
Pois o que eu quero
É só função de eu
Sociedade alternativa
Sociedade novo aeon
É um sapato em cada pé
É direito de ser ateu ou de ter fé
Ter prato entupido de comida que você mais gosta
É ser carregado, ou carregar gente nas costas
Direito de ter riso e de prazer
E até direito de deixar
Jesus Sofrer
(Novo Aeon - Raul Seixas, Cláudio Roberto, Marcelo Mota)
O sol da noite agora está nascendo
Alguma coisa está acontecendo
Não dá no rádio nem está
Nas bancas de jornais
Em cada dia ou qualquer lugar
Um larga a fábrica, outro sai do lar
E até as mulheres, ditas escravas,
Já não querem servir mais
Ao som da flauta
Da mãe serpente
No para-inferno
De Adão na gente
Dança o bebê
Uma dança bem diferente
O vento voa e varre as velhas ruas
Capim silvestre racha as pedras nuas
Encobre asfaltos que guardavam
Hitórias terríveis
Já não há mais culpado nem inocente
Cada pessoa ou coisa é diferente
Já que assim, baseado em que
Você pune quem não é você?
Ao som da flauta
Da mão serpente
No para-inferno
De Adão na gente
Dança o bebê
Uma dança bem diferente
Querer o meu
Não é roubar o seu
Pois o que eu quero
É só função de eu
Sociedade alternativa
Sociedade novo aeon
É um sapato em cada pé
É direito de ser ateu ou de ter fé
Ter prato entupido de comida que você mais gosta
É ser carregado, ou carregar gente nas costas
Direito de ter riso e de prazer
E até direito de deixar
Jesus Sofrer
(Novo Aeon - Raul Seixas, Cláudio Roberto, Marcelo Mota)
quinta-feira, outubro 06, 2005
lua crescente (ou um risco que pintou o céu)
Marília não entendia
por que com tanta agonia
o céu ainda assim sorria...
como que podia???
por que com tanta agonia
o céu ainda assim sorria...
como que podia???
segunda-feira, outubro 03, 2005
habeas corpus
eu bem te quis, um dia, à soleira da minha porta
e quando em casulos empoeirados
pedia sempre que voltasse
[como se sussurros voltados para o alto
fossem truques de magia]
teu regresso
[mais do que apreço]
era neblina suja
sim,
eu te concedo salvo conduto
se me prometer
meu alvará de soltura
e quando em casulos empoeirados
pedia sempre que voltasse
[como se sussurros voltados para o alto
fossem truques de magia]
teu regresso
[mais do que apreço]
era neblina suja
sim,
eu te concedo salvo conduto
se me prometer
meu alvará de soltura
quarta-feira, setembro 28, 2005
terça-feira, setembro 27, 2005
segunda-feira, setembro 26, 2005
quinta-feira, setembro 22, 2005
terça-feira, setembro 20, 2005
segunda-feira, setembro 19, 2005
sexta-feira, setembro 16, 2005
quarta-feira, setembro 14, 2005
segunda-feira, setembro 12, 2005
penitência
juro por deus e por todos os santos do muuundo
eu nada sei do amor
-nada sei-
só sei do credo, ave maria, pai nosso, salve rainha
do amor - tal desconhecido-
juro. não o conheço
e acendo velas e rezo meu rosário todo dia às seis.
eu nada sei do amor
-nada sei-
só sei do credo, ave maria, pai nosso, salve rainha
do amor - tal desconhecido-
juro. não o conheço
e acendo velas e rezo meu rosário todo dia às seis.
sexta-feira, setembro 02, 2005
quarta-feira, agosto 31, 2005
terça-feira, agosto 30, 2005
sábado, agosto 27, 2005
sexta-feira, agosto 26, 2005
quinta-feira, agosto 25, 2005
sexta-feira, agosto 19, 2005
quarta-feira, agosto 17, 2005
para Jana.arte
céu blues
orienta o tráfego das asas perdidas num triângulo amoroso
não há gravidade que grite mais alto
do que o sublime canto dos pássaros na primavera
-estação mais romântica da terra-
estas são as palavras perdidas
-um tanto esquecidas-
de quem te conheceu num dia em que a chuva sorria.
(porque escrevi isso logo após ler o scrap dela no meu orkut)
orienta o tráfego das asas perdidas num triângulo amoroso
não há gravidade que grite mais alto
do que o sublime canto dos pássaros na primavera
-estação mais romântica da terra-
estas são as palavras perdidas
-um tanto esquecidas-
de quem te conheceu num dia em que a chuva sorria.
(porque escrevi isso logo após ler o scrap dela no meu orkut)
segunda-feira, agosto 15, 2005
sexta-feira, agosto 12, 2005
quinta-feira, agosto 11, 2005
terça-feira, agosto 09, 2005
para que não perca a inocência
e mantenha sempre o sorriso surpreso do cotidiano
para que não queira ser sempre mais do que os outros
e se divirta um dia inteiro sem luz elétrica
para que nunca tenha vergonha de sorrir
quando te faltarem dentes
para que eu possa sempre te carregar no colo
e te girar no alto
para que me ame sempre incodicionalmente
e mantenha a sinceridade nas palavras
por isso e por outras coisas
te proibo ter mais de 6 anos
no corpo e na mente
.
.
.
.
aahhhh... quem me dera poder enxugar o suor do teu rosto
gota por gota...
e mantenha sempre o sorriso surpreso do cotidiano
para que não queira ser sempre mais do que os outros
e se divirta um dia inteiro sem luz elétrica
para que nunca tenha vergonha de sorrir
quando te faltarem dentes
para que eu possa sempre te carregar no colo
e te girar no alto
para que me ame sempre incodicionalmente
e mantenha a sinceridade nas palavras
por isso e por outras coisas
te proibo ter mais de 6 anos
no corpo e na mente
.
.
.
.
aahhhh... quem me dera poder enxugar o suor do teu rosto
gota por gota...
quarta-feira, agosto 03, 2005
terça-feira, agosto 02, 2005
sexta-feira, julho 29, 2005
terça-feira, julho 26, 2005
sexta-feira, julho 22, 2005
terça-feira, julho 19, 2005
sexta-feira, julho 15, 2005
ela chegou lá em casa!!!!
(O fabuloso destino de amelie poulain)
o DVD que eu comprei chegou!!!!!! já tenho programa pra esse final de semana!!!!!!
quinta-feira, julho 14, 2005
John Everett Millais, Ofélia, 1851-1852
Para concluir este obra, Millais passou quatro meses num mesmo local do condado de Surrey, a sudoeste de Londres, pintando a vegetação de fundo. Em seguida, voltou a Londres para pintar a modelo, Elizabeth Siddal, que posou numa banheira cheia, tão determindado estava Millais a captar a imagem de modo autêntico. A obra é inspirada na trágica história de Ofélia (Hamlet - Shakespeare), levada à loucura e suicídio depois que Hamlet mata-lhe o pai.
Retirado do livro História da Pintura, Wendy Beckett
segunda-feira, julho 11, 2005
sexta-feira, julho 08, 2005
Édouard Manet, O Bar do Folies-Bergère, 1882.
Manet foi acusado de desconhecer as leis da perspectiva, pois vemos o reflexo de um freguês que parece conversar com a atendente, mas que não tem presença concreta. Considerando a posição do homem no reflexo, seria mesmo de esperar que o víssemos. Só que os críticos de Manet não perceberam a finura desse achado: nós, os espectadores, estamos no lugar que caberia ao freguês.
retirado do livro História da Pintura, de Wendy Beckett
quinta-feira, julho 07, 2005
terça-feira, julho 05, 2005
verbos para os cotidianos da vida
limpar os pés no tapete da entrada da casa
deixar o pó e a fuligem de todos a quem encontraste
sorrir os abraços
dançar os bons dias
e avançar a rua no sinal verde
lavar o corpo
deitar no chuveiro...
deixar o pó e a fuligem de todos a quem encontraste
sorrir os abraços
dançar os bons dias
e avançar a rua no sinal verde
lavar o corpo
deitar no chuveiro...
segunda-feira, julho 04, 2005
sexta-feira, julho 01, 2005
quinta-feira, junho 23, 2005
terça-feira, junho 21, 2005
tua representação do mundo
visitastes um caminho há muito percorrido
que só eu conhecia
e só eu ia
teu olhar refratário que pensava ver que nem o meu
[e tudo era ilusão]
assim, meio que de lado
traiu a atenção que merecia
e ergueu a cabeça para tentar ver
e eu vi
tua visão próxima da minha
confidenciava a tua representação da vida
tão próxima da minha
as horas eram as mesmas
mas o lugar era outro.
sexta-feira, junho 17, 2005
quarta-feira, junho 15, 2005
chuva-descarrego
olhe longe
bem no horizonte
e vê
uma chuva cinza que se aproxima
chuva descarrego
ninguém pode perder
chuva assim é rara
para corpos pesados
que desmancham sem prazer
poderia virar algo
(água benta)
ou qualquer coisa pra benzer
bem no horizonte
e vê
uma chuva cinza que se aproxima
chuva descarrego
ninguém pode perder
chuva assim é rara
para corpos pesados
que desmancham sem prazer
poderia virar algo
(água benta)
ou qualquer coisa pra benzer
terça-feira, junho 14, 2005
quinta-feira, junho 09, 2005
santa cecília
vou comer pipoca
doce-
-de-leite
moça
bonita que nem raio-
-de-sol
de meio dia
e meia
3 /4
escuros
caminhos
sem fins-
-de-semana
santa
Cecília
moça bonita que nem raio-
-de-sol
de meio dia...
doce-
-de-leite
moça
bonita que nem raio-
-de-sol
de meio dia
e meia
3 /4
escuros
caminhos
sem fins-
-de-semana
santa
Cecília
moça bonita que nem raio-
-de-sol
de meio dia...
quarta-feira, junho 08, 2005
terça-feira, junho 07, 2005
roubaram meu amuleto
Na deodoro. E eu nunca me senti tão só na vida quanto ontem. Lá, na parada, no meio de um monte de gente comentando o roubo. Apontando para mim. E meu pescoço arranhado e meu olho marejado. Mas só chorei em casa, quando molusco percebeu a marca. Meu amuleto que não me trazia sorte, nem nada. Mas era meu snoopy. Minha marca, tatuagem. Eu tô chovendo toda.
sim, nós somos desenhos animados!
môre molusco & Gisele Van Pelt
então foi isso que fiz no trabalho hoje!
segunda-feira, junho 06, 2005
Casa Amarela
Vang Gogh
Minha casa amarela
tem um quarto azul
com porta e janela
de onde eu vejo ela
toda ela
Minha casa amarela
tem uma sala
com a janta dela
da magrela
de tristeza azul
e sorriso banguela.
Minha casa amarela
tem um quarto azul
com porta e janela
de onde eu vejo ela
toda ela
Minha casa amarela
tem uma sala
com a janta dela
da magrela
de tristeza azul
e sorriso banguela.
quinta-feira, junho 02, 2005
In verno
lentes foscas que servem de ponto de patinação
e teus olhos vêem um corpo que dança
e acasala feito bicho no cio
É
vamos patinar no gelo
e deixar de lado quem nos vê
fazer nó
e fundir-se em pó.
e teus olhos vêem um corpo que dança
e acasala feito bicho no cio
É
vamos patinar no gelo
e deixar de lado quem nos vê
fazer nó
e fundir-se em pó.
terça-feira, maio 31, 2005
segunda-feira, maio 30, 2005
minha queridíssima Hilst
"...olha Hillé a face de Deus
onde onde?
olha o abismo e vê
eu vejo nada
debruça-te mais agora
só névoa e fundura
É isso. Adora-O. Condensa névoa e fundura e constrói uma cara Res fact, aquieta-te.." (Hilda Hilst, A obscena senhora D)
sexta-feira, maio 27, 2005
easy rider
aos que não compreendem
não há nada o que explicar
um tiro
tira a vida
de quem só quer se libertar
não há nada o que explicar
um tiro
tira a vida
de quem só quer se libertar
terça-feira, maio 24, 2005
ariadne
cumpro minha pena
a duras penas
teço os fios de uma vida
que pouco importa
ponto por ponto
traço linhas e invento cores
que se desalinham
em uma costura mal feita
a duras penas
teço os fios de uma vida
que pouco importa
ponto por ponto
traço linhas e invento cores
que se desalinham
em uma costura mal feita
segunda-feira, maio 23, 2005
taí o meu material de trabalho. tão faltando algumas coisas, como o meu gravador que está emprestado pra ramon pra ele gravar os ensaios dele com barata e grolli (de vez em quando com alguns penetras como janis e patrico, hehehe) e a máquina fotográfica que não aparece por ser ela a autora desta imagem que vos apresento. aí eu tava no assembléia. uma audiência pública contra o bradesco. me senti numa sala de aula, segundo ano do ensino médio. ninguém escuta ninguém. o povo fala com o vento, porque os outros estão gargalhando e não dando a mínima para quem fala. sem contar o desrespeito com a nossa tão bonita língua portuguesa. não há concordância verbal, muito menos nominal. porque o povo "estão" cansado de "ficarem" em pé nas "fila" do bradesco. e o meu ouvido e a minha coluna agradecem (entre aspas, por favor!).
quinta-feira, maio 19, 2005
para além das estradas
vontade de abraçar o teu gato
-dentro do mato -
vontade crua e tão nua
gatos lambedores de beira de estrada
-dentro do mato -
vontade crua e tão nua
gatos lambedores de beira de estrada
quarta-feira, maio 18, 2005
nenhum feriado compensa
eu não quero os teus domingos
comida farta e cheios de amigos
quero tuas segundas
tuas terças
tuas quartas
feiras que são tão livres
e que ninguém tem nada com isso
(e eu sou malandro velho ninguém tem nada com isso)
comida farta e cheios de amigos
quero tuas segundas
tuas terças
tuas quartas
feiras que são tão livres
e que ninguém tem nada com isso
(e eu sou malandro velho ninguém tem nada com isso)
segunda-feira, maio 16, 2005
minha queridíssima Julie
Não quero bens, recordações, amigos, amor ou vínculos. Tudo isso são armadilhas. (Juliette Binoche em A Liberdade é Azul do impronunciável Krzysztof Kielowski)
soro anti-rugas
haveria mil pontos para juntar todos os nossos pedacinhos
haveria uma canção
haveria uma galáxia
não fosse o tempo passando
num tic-tac descompassado
enquanto
canto parabéns
como quem canta pela primeira vez
descobrindo cada palavra
descobrindo todos os sentidos
enquanto você sorri
um sorriso molhado
de sal e açúcar
haveria uma canção
haveria uma galáxia
não fosse o tempo passando
num tic-tac descompassado
enquanto
canto parabéns
como quem canta pela primeira vez
descobrindo cada palavra
descobrindo todos os sentidos
enquanto você sorri
um sorriso molhado
de sal e açúcar
sexta-feira, maio 13, 2005
beijo travoso de umbu-cajá
bons tempos aqueles
em que o que preocupava
era não exagerar no chocolate
e quando aos domingos
- dia de limpeza de carro -
meu pai ouvia
Alceu Valença no som da sala
e eu fechava os olhos
para ouvir melhor
em que o que preocupava
era não exagerar no chocolate
e quando aos domingos
- dia de limpeza de carro -
meu pai ouvia
Alceu Valença no som da sala
e eu fechava os olhos
para ouvir melhor
quinta-feira, maio 12, 2005
quarta-feira, maio 11, 2005
sextos sentidos
o teu corpo
louco
caminho sinuoso
em que meus dedos trilham
ziguezagueando
os pontos sensíveis da tua nuca
louco
caminho sinuoso
em que meus dedos trilham
ziguezagueando
os pontos sensíveis da tua nuca
terça-feira, maio 10, 2005
marceleza e lari, que saudades!
hoje bateu saudades de mim
quando fazia parte de filmes de almodovar
e duas amigas me mandaram e-mails
me fazendo chorar
É que o eu de hoje
É filme iraniano
faltam risos
e suspenses a desvendar
quando fazia parte de filmes de almodovar
e duas amigas me mandaram e-mails
me fazendo chorar
É que o eu de hoje
É filme iraniano
faltam risos
e suspenses a desvendar
segunda-feira, maio 09, 2005
meu queridíssimo Quintana
Poeminha do contra
todos estes que aí estão
atravancando o meu caminho,
eles passarão.
Eu passarinho!
(Mário Quintana)
das folhas amareladas
acho que ele está me espreitando
amarelo cor-de-rosa
além disso
há outras coisas correndo às vistas
como se tudo voltasse a existir
de novo
e de novo
não havia como esquecer tudo
como?
cruzar caminhos e seguir sozinho
À margem das possibilidades
talvez seja esse o destino
amarelo cor-de-rosa
além disso
há outras coisas correndo às vistas
como se tudo voltasse a existir
de novo
e de novo
não havia como esquecer tudo
como?
cruzar caminhos e seguir sozinho
À margem das possibilidades
talvez seja esse o destino
sexta-feira, maio 06, 2005
quinta-feira, maio 05, 2005
mindinho
Porta aberta
Janelas fechadas
Quarto escuro
Água que escorre de um coco verde
Cor-de-rosa misturada com teu sangue
No teu dedo dois pontos
E eu te dou 10
Janelas fechadas
Quarto escuro
Água que escorre de um coco verde
Cor-de-rosa misturada com teu sangue
No teu dedo dois pontos
E eu te dou 10
quarta-feira, maio 04, 2005
Na Rua Rio Branco
Ontem eu estava indo para o trabalho, quando vi meu molusco descendo a Rua Rio Branco. Ele não me viu, mas olhei bem pra carinha dele de cansado, debaixo do sol, e daí veio, meio que automaticamente, o poema abaixo.
desces a rua
como quem foge do caos
e não percebes que logo ali em frente
tenho os olhos a te acolher
desces a rua
como quem foge do caos
e não percebes que logo ali em frente
tenho os olhos a te acolher
terça-feira, maio 03, 2005
Bom dia!
atravessamos a rua sem dizer bom dia aos transeuntes
não nos preocupamos em distribuir sorrisos
e para quê?
se posso não ver aquela pessoa de novo
gastar força do músculo com desconhecido
para quê?
hoje salvei uma velhinha depressiva
não nos preocupamos em distribuir sorrisos
e para quê?
se posso não ver aquela pessoa de novo
gastar força do músculo com desconhecido
para quê?
hoje salvei uma velhinha depressiva
segunda-feira, maio 02, 2005
meu queridíssimo Borges
"Somos feitos para a arte, somos feitos para a memória, somos feitos para a poesia ou possivelmente somos feitos para o esquecimento. Mas algo fica, e esse algo é a história ou a poesia, que não são essencialmente distintas".
(JLB - A DIVINA COMÉDIA - sete noites)
(JLB - A DIVINA COMÉDIA - sete noites)
fim-de-semana
comer bolinho de chuva
em dia de sol
brincar com a sobrinha
enquanto o café esfria
você sabe como me fazer sorrir
em dia de sol
brincar com a sobrinha
enquanto o café esfria
você sabe como me fazer sorrir
sexta-feira, abril 29, 2005
quinta-feira, abril 28, 2005
tiras
Quem me conhece, ao menos um pouquinho, sabe da minha grande afeição pelos peanuts. Tanto que tenho até sÃndrome de Lucy, algo que só eu mesma entendo...
mas não posso negar que meu coração balança um pouquinho por essa outra turma. e não poderia deixar de ser diferente... eles se incomodam com as coisas. e o bom é se incomodar, ruim é se acomodar.
com vocês, Mafalda!
mas não posso negar que meu coração balança um pouquinho por essa outra turma. e não poderia deixar de ser diferente... eles se incomodam com as coisas. e o bom é se incomodar, ruim é se acomodar.
com vocês, Mafalda!
terça-feira, abril 26, 2005
a pequena morte
Adentra pele serena
percorre tempo e espaço
segura com força
aperta - treme
sente o calor do outro
sente o suor do outro
grudados
gozo
pele
saliva
percorre tempo e espaço
segura com força
aperta - treme
sente o calor do outro
sente o suor do outro
grudados
gozo
pele
saliva
segunda-feira, abril 25, 2005
vento onírico
durmo o sono dos justos
ao teu lado
sinto tua respiração
que é vento
na praia que frequento
em meus sonhos
ao teu lado
sinto tua respiração
que é vento
na praia que frequento
em meus sonhos
sexta-feira, abril 22, 2005
chuvisco corporal
voei baixo
assim que te avistei
num banho congelado
cada rasante
eram bolhas e mais bolhas que me acompanhavam
meu tapete
é teu sabonete
adstringente
quarta-feira, abril 20, 2005
ladeira dos gatos
no teu abrigo
-flagelo dos gatos-
encontras os amigos com quem disputarás
a comida e a gatinha
teus filhos morrem
na ladeira
que subo para trabalhar
-flagelo dos gatos-
encontras os amigos com quem disputarás
a comida e a gatinha
teus filhos morrem
na ladeira
que subo para trabalhar
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