terça-feira, novembro 28, 2006

O Mundo Anda Tão Complicado
Legião Urbana


Gosto de ver você dormir
Que nem criança com a boca aberta
O telefone chega sexta-feira
Aperto o passo por causa da garoa
Me empresta um par de meias
A gente chega na sessão das dez
Hoje eu acordo ao meio-dia
Amanhã é a sua vez

Vem cá, meu bem, que é bom lhe ver
O mundo anda tão complicado
Que hoje eu quero fazer tudo por você.

Temos que consertar o despertador
E separar todas as ferramentas
Que a mudança grande chegou
Com o fogão e a geladeira e a televisão
Não precisamos dormir no chão
Até que é bom, mas a cama chegou na terça
E na quinta chegou o som

Sempre faço mil coisas ao mesmo tempo
E até que é fácil acostumar-se com meu jeito
Agora que temos nossa casa
é a chave que sempre esqueço

Vamos chamar nossos amigos
A gente faz uma feijoada
Esquece um pouco do trabalho
E fica de bate-papo
Temos a semana inteira pela frente
Você me conta como foi seu dia
E a gente diz um p'ro outro:
- Estou com sono, vamos dormir!

Vem cá, meu bem, que é bom lhe ver
O mundo anda tão complicado
Que hoje eu quero fazer tudo por você

Quero ouvir uma canção de amor
Que fale da minha situação
De quem deixou a segurança de seu mundo
Por amor



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uma música escrita há tempos, e que fala de nós dois agora! =)

domingo, novembro 05, 2006

há horas em que o tempo pára
há tempos que as horas passam
há braços envoltos no tempo
abraços constantes no vento.

terça-feira, outubro 24, 2006

minha cara metade
.
.
.
um espelho quebrado.

quarta-feira, outubro 18, 2006

minha lembrança
é da cor cinza-opaca

e trêmula

tua presença
transformada diante de meus olhos negros
em vultos constantes de silêncio.

segunda-feira, junho 12, 2006

Charlie Brown - Declaração de Amor

para todos os apaixonados!

sábado, maio 27, 2006

levo e trago a poeira do tempo no corpo
eu estava perdida [eu sei]

eu estou me encontrando [você sabe]

dos destroços guardo com carinho a foto tirada naquele outono
tão breve e bege
tão longínquo e nítido na memória

meus olhos fecham.

segunda-feira, maio 08, 2006

quarta-feira, abril 19, 2006

segunda-feira, abril 10, 2006

já já eu desligo o rádio
e canto pra você as mais sórdidas mentiras
que seu ouvido gosta de ouvir

você lembra a infância ditadora que nossos pais tiveram
você lembra tudo o que eu quis e não pude ter
o canto da sala

o canto da sereia
e Ulisses sem querer me ouvir.

sexta-feira, abril 07, 2006

quarta-feira, abril 05, 2006

os espelhos refletem meu tênis
nas ruas molhadas que atravesso

espelhos que se quebram pelos pneus dos carros apressados no cinza da manhã

segunda-feira, março 27, 2006

quinta-feira, março 23, 2006

tal qual um sapato velho
há marcas de terra na sola dos meus pés
vindas lá do horizonte
que tá sempre tão distante...

sábado, março 18, 2006

em março as árvores trocam de roupa
e o céu chora todo um ano que se foi

lembranças guardadas
na anágua do vestido bordado
com fotografias envelhecidas
de um outono que passou

quarta-feira, março 08, 2006

em que circunstâncias
tua mão esquerda se apoderou do meu seio direito
e tua saliva tatuou o meu cangote

provocando essa cat[ARRR!!!]se?

quinta-feira, março 02, 2006

onirismo

um sonho de trezentos e um mil caracóis
[que não são dos teus cabelos]
colorem a madrugada da pequena medusa
[que nem imagina o seu destino]

era um sonho
.
.
.
era real.

domingo, fevereiro 26, 2006

um dia com jaco

da lâmina escorre o teu sangue

a história da tua vida
marcada pelos trastes retirados
do teu contra
b
a
i
x
o

sexta-feira, fevereiro 24, 2006

tudo/nada

tudo era um ontem
sem sentido algum
[a não ser o fato de que nada se poderia mudar. tudo havia passado. tudo era passado. findo]
nada nos chegava às mãos
tudo escapulia

agora há essa possibilidade de alcance
que as dobras do teu corpo nos trouxe
[teu pescoço escondido
tua gengiva cor de rosa
as janelas da tua alma azul]

cada porta que se abre, agora,
é o tudo
[possibilidade]
o nada virou ontem

quinta-feira, fevereiro 23, 2006

um cheiro que fica e consola
saudades da inocência
e da tua gargalhada sonora

segunda-feira, fevereiro 20, 2006

nós seríamos
se jamais fôssemos
o que éramos

quinta-feira, fevereiro 16, 2006

segunda-feira, fevereiro 13, 2006

uma sombra no meu quintal desenha um pássaro suave
que faz cânticos às 6 horas da manhã

do outro lado
um feixe de luz vence a barreira
e atravessa cílios

segunda-feira, fevereiro 06, 2006

a introspecção por vezes é meu escudo
[travo até diante do espelho]
aquela que aparece é a face no disfarce
mas não disfarço o medo de ser quem vc pensa

quinta-feira, fevereiro 02, 2006

sexta-feira, janeiro 27, 2006

o que o alimentava
era o hálito de luxúria que da sua boca exalava
nem cálice de vinho
nem absinto
nem licor o deixavam mais embriagado
do que aquele hálito
o perfume de sexo
derramado em cima da cama

terça-feira, janeiro 24, 2006

a distância é sempre a mesma
mas ir parece ser mais custoso do que a volta

o retorno [eterno de Nietzsche] apressa o tempo

e no verão com seu horário
ganho uma hora a mais contigo

sexta-feira, janeiro 13, 2006

daqui
onde o mar vira artérias da ilha
eu vejo algodões densos

uns em forma de urso
outros em forma de rinoceronte

eu perto do sol
eu nuvem
em forma de saudade

quinta-feira, janeiro 12, 2006

língua afiada
ternura nos olhos
é reuben
com calos de escritor

quarta-feira, janeiro 11, 2006

Ledusha

ERRATA

onde lia-se desejo
leia-se despejo

não quero mais
essa vertigem de vogais
-tantos ais-
como se fossem consoantes

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SOPRO

estalo a língua ao sabor do vento
o verbo lambe os lábios
de canto a canto
sinto estremecer desordenadamente
o verso

poemas de Ledusha, do livro Finesse e fissura
reflexos nas ruas revelam o choro da noite
o dia tb chora
choram cabelos, sapatos,
choram dedos, narizes, árvores
choram sombrinhas que lutam por um espaço na Rua Grande...

segunda-feira, janeiro 09, 2006

tua gargalhada
cospe notas musicais
que se misturam às estrelas
do céu da minha boca

sábado, janeiro 07, 2006

tem link novo ao lado. o primeirinho...

sexta-feira, janeiro 06, 2006

se erro
[e sei que erro]
não é porque sou o pior dos seres humanos

é essa maldita insegurança
[e absurda]
que me transforma em silhueta soturna

terça-feira, janeiro 03, 2006

há recordações em teus olhos
que nem o castanho deles esconde
[eu poderia ler tua íris]


o tremor das pálpebras
no instante em que sonhas
traz o silêncio onírico

um balançar de cabelos num dia molhado de sol

segunda-feira, janeiro 02, 2006

a mão no bolso
o vazio

meus amigos caem do meu bolso furado
e a rua ganha ladrilhos de carne e osso.